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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

JESUS É NOSSO IRMÃO?




JESUS É NOSSO IRMÃO?

Um dia desses, me questionaram se Jesus é nosso irmão. Uma pergunta um tanto quanto capciosa e ousada, que me trouxe um grande interesse de conhecer as bases que usaram a tal conclusão. Então, me relataram alguns pontos para tal afirmação a qual descreverei abaixo:
1.       Deus chamou Jesus de primogênito que significa primeiro filho, dando a entender que Jesus deve ter sido o primeiro da criação.
2.    Deus tem um nome, no velho testamento que é traduzido com "Jeová", "Jehovah", "iheovah" também tem traduções que trazem "Yavé", "Javé" e "Jah". Por algum motivo nas escrituras originais vem escrito "YHYH". Como podemos pronunciar uma palavra sem vogais? E, talvez fosse um erro grave usar o nome de Deus se não sabemos como pronunciar corretamente. Se fosse assim não poderíamos pronunciar Jesus. Pois, na verdade nos originais aparece o nome "Yoshuah".
3.       Jesus veio a terra como nosso irmão mais velho para ajudar os seus irmãos mais novos a corrigir seus caminhos de acordo com a vontade de Jeová (YHYH) seu pai.
   De acordo com os pontos acima citados quero deixar não o meu parecer, mas o que a Bíblia diz a respeito. Pois, entendo que ideias todos podem produzir, mas o que deve prevalecer é a Palavra de Deus.

               Sendo assim, quero começar falando a respeito dos nomes de Deus. Temos que ter claro que em muitos casos esses nomes foram adaptados para a língua traduzida. Quando o nome YAHVEH, foi adaptado para a língua portuguesa, ficou sendo JAVÉ, ou JAEVÉ.  No hebraico, o nome é pronunciado YAHVEH ou YAHEVEH, conforme se pronuncie de forma mais rápida ou mais pausada.

            Algumas pessoas pronunciam o nome sagrado de Deus como YEHOVAH, e o adaptam para a língua portuguesa como JEOVÁ.  Porém, a pronúncia correta é YAHVEH.

   A partir do século III a.C. os judeus deixaram de pronunciar o nome sagrado de Deus, YAHVEH, porque achavam que seria uma profanação pronunciá-lo, e por isso, ao lerem a Bíblia, onde estava escrito YAHVEH, eles pronunciavam ADONAY, que significa “Senhor”. Por este motivo, quando a Bíblia foi traduzida para o grego, onde aparecia o nome sagrado YAHVEH, eles colocaram KYRIOS, que em grego significa “Senhor”. Posteriormente, ao traduzirem a Bíblia para o latim, onde aparecia o nome sagrado, eles colocaram “Dominus”, que significa “Senhor”, e depois, quando traduziram para o português, colocaram “Senhor”. 

   Também não podemos deixar de esclarecer que no alfabeto hebraico, originalmente, não existiam vogais, só existiam consoantes. Não era necessário escrever as vogais, porque as pessoas que conhecem bem a língua hebraica, liam perfeitamente o texto escrito só com consoantes, e inclusive as raízes das palavras, em hebraico, são constituídas somente de consoantes, que são vocalizadas de várias formas, para formar verbos, substantivos, adjetivos, etc.


   Quanto a Jesus, o conceito de “filho” na Bíblia é muito diversificado e precisamos analisar bem e corretamente todo o contexto. Pois, o desconhecimento desse assunto e uma exegese distorcida, já levaram muitos a uma cristologia errada. Um grande exemplo disso é a crença dos adeptos a seita – Testemunhas de Jeová que receberam um estudo de Ário (fundador da seita) dizendo que Jesus é a primeira criação de Deus. Aqui, percebo que o primeiro ponto citado acima para a afirmação de Jesus ser nosso irmão por ser o primeiro da criação é uma crença da seita Testemunha de Jeová.

   Sendo assim, diante dos argumentos mencionados acima, precisamos buscar esclarecimento nas Escrituras Sagradas a respeito do Filho. Pois, entendo que ideias todos podem produzir, mas o que deve prevalecer é a Palavra de Deus. 

   De acordo com a Palavra de Deus, Cristo é tido como: Filho unigênito (Jo 3: 16; 1 Jo 4:9), Filho primogênito (Cl 1: 15) e Filho de Deus (Jo 20: 31; Hb 4: 14). Mas, qual o significado desses nomes? Vejamos a seguir:

     Filho Unigênito = essa palavra vem de dois vocábulos gregos:
·         monos” com o significado de: único, só, solitário.
·         genos” com o significado de: raça, tipo, linhagem, espécie.

    A Septuaginta (tradução da Bíblia do hebraico para o grego) traduziu o significado como natureza, caráter, tipo. “Unigênito” significa “o único da espécie, único tipo”. Jesus é singular, único Filho de Deus que têm a essência do Pai. 

  Segundo Shedd, Unigênito transmite a idéia de consubstancialidade (unidade e identidade de substâncias das 3 pessoas da Trindade = são unificadas, ligadas). Jesus é tudo quanto Deus é e somente Ele é assim. 


   Filho Primogênito = A Bíblia usa o termo hebraico “bekôr” = primogênito, primeiro, excelente. Também usa no grego como “prôtotokos” como primeiro, chefe. Os escritores da Bíblia usaram essas palavras com o sentido de importância, prioridade, primazia, preeminência. Dessa forma os vocábulos “bekor” e “prototokos” nem sempre significam o “filho mais velho”, mas o que tem a primazia, a preeminência. 

    Podemos citar alguns exemplos:

    •        Davi é o filho mais novo de Jessé (1Sm 16:11), entretanto é chamado de “primogênito” em Sl 89: 27. Esse primogênito indica a posição de destaque, primazia, domínio.
    • Efraim (Gn 48: 18,19) é o mais novo, filho de José, mas é chamado de primogênito (Jr 31:9).

   Em Cl 1: 15 diz “o primogênito de toda a criação” e não “o primogênito de Deus”. Nos versículos seguintes, Jesus transcende toda a criação. 

   Se primogênito significar “o mais velho”, como interpretaremos Hb 12: 23 (A universal assembléia e a igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados)? Será que somente os filhos mais velhos estão inscritos nos céus? 

  Em Cl 1: 17 diz: “E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.” Esse versículos deixa muito claro que Jesus não faz parte da criação, Ele é um ser a parte da criação. 


  Filho de Deus = revela a divindade de Cristo. A Bíblia afirma que o Filho é Deus: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino” (Hb 1: 8). Essa citação é do Salmos 45: 6,7 = Cristo reina como Deus, com autoridade sem igual entre os homens, pois mesmo tendo vivido entre eles, tendo-os por “companheiros” está acima deles. 

  Jesus considerava essa relação entre o Pai e o Filho como sinônimos de sua deidade (Jo 10: 30-36). A declaração “Filho de Deus” é uma afirmação da sua divindade. 

              No Novo Testamento recebemos a filiação por adoção, por isso chamamos “Aba, Pai” (Rm 8: 15), é a relação espiritual de Deus com os seres humanos mediante o sacrifício do Calvário. A expressão “Filho de Deus”, aplicada a Jesus, tem um sentido diferente quando se aplica a nós. Temos tal posição por adoção, e não se trata de uma questão de substância ou essência. Deus concedeu-nos essa posição pelo mérito da obra redentora de Cristo “a fim de recebermos a adoção de filhos. E, por que sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4: 5,6).


 Devemos deixar claro que, ao mesmo tempo em que Jesus é chamado de Filho, Ele também é chamado de “Pai da Eternidade” (Is 9: 6); Emanuel que significa Deus Conosco (Is 7: 14; Mt 1: 23); Alfa e ômega que indica a qualidade divina e existência eterna (Pa 1:8); Rei dos Reis (Ap 19: 16); Senhor dos Senhores (Ap 19: 16), etc. 

Com todos esses nomes e significados, como podemos nos colocar no mesmo patamar de Jesus?  
Irmãos, tomemos cuidado com a nossa exegese, pois, existem dois caminhos muito perigosos e sem volta. Um deles é o caminho da religiosidade onde se espiritualiza todas as coisas; e o outro é o caminho da apostasia. Um apóstata não acorda dizendo: hoje eu vou apostatar. Diariamente ele, sem perceber, começa a excluir as verdades bíblicas e quando se percebe entrou por um caminho que não consegue mais voltar. Os dois caminhos são muito perigosos, diariamente eles vão se afastando da Bíblia a ponto de perdê-la completamente de vista. 

Vamos ficar com o que Martinho Lutero disse: “Não demoverei dos meus postulados, a menos que me provem ao contrário pela Bíblia, a Luz da razão.” Se não está na Bíblia, não dê ouvidos. Como relatei no início, ideias todos podem produzir, mas a verdade da Bíblia precisa prevalecer. Deus os abençoe.