Bem Vindo

Olá, seja bem vindo em meu blog! Espero que sejas edificados com os estudos e artigos encontrados aqui.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

PROTESTANDO PARA REFORMAR

“Pois toda a Escritura Sagrada é inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver.” 2 Tm 3:16

                31 de outubro está chegando e o que se deve ser comemorado? Dia de Halloween? Dias das bruxas? NÃO, por favor, NÃO.
               Dia 31 de outubro é um marco na igreja evangélica em geral. É o dia em que comemoramos o impacto das propostas e consequências da Reforma na vida da igreja. É o dia em que relembramos a coragem de um homem por lutar pelo ensino correto das Escrituras. Isso mesmo, dia 31 de outubro comemoramos o Dia da Reforma Protestante.
        A Reforma Protestante é muito mais do que um acontecimento do século 16. Os questionamentos feitos naquela época ainda são aplicáveis hoje.
               Para falar da Reforma Protestante, precisamos primeiro conhecer MARTINHO LUTERO, o grande reformador. Um monge e estudioso da teologia e das Sagradas Escrituras incomodado pelo cenário religioso de sua época resolveu não apenas observar e criticar, mas agir em favor da verdade das Escrituras.
               Lutero observou que a religião, ao invés de ligar o homem a Deus numa íntima adoração e comunhão, estava transformando os homens em apenas adoradores de aparência, baseada em símbolos sagrados sem importância para a vida pessoal dos cristãos. Conheciam a importância dos “verdadeiros adoradores adorarão em espírito e em verdade” (Jo 4:24), mas agiam com mentira e falsidade.
              Outra coisa que deixava Martinho Lutero indignado foi a venda das indulgências. Havia uma crença de que após a morte, as almas precisavam de purificação e por isso precisavam passar pelo purgatório para tornarem-se limpas. Os familiares, para amenizar, ou abreviar a aflição de seus mortos, poderiam adquirir a “carta de indulgência”, ou de perdão concedida pelo papa, que procurava deixar bem claro que a sua palavra estava sempre acima da Palavra de Deus.
Havia também a possibilidade de comprar o perdão em vida como uma espécie de seguro pós morte, apenas comprando a “carta de indulgência”. Essa venda se transformou em um comércio muito lucrativo nos dias de Lutero, apoiado pelo clero, que cada vez mais se corrompia pela ganância e amor ao dinheiro.
         Martinho Lutero, em um de seus momentos de leitura da Bíblia, deparou-se com o texto de Romanos 1: 17, “Mas o Justo viverá pela fé”. Nesse momento de meditação, questionou a si mesmo: “Se o justo vive pela fé, qual a necessidade de pagar por ela?” Os questionamentos de Lutero o impulsionaram a agir em favor da verdade das Escrituras.  
        No dia 31 de outubro de 1517, Lutero se dirigiu a igreja de Wittenberg, na Alemanha, e apregoou nas portas da igreja, 95 teses combatendo os erros da igreja romana. O objetivo de Lutero era fazer com que os estudiosos das Escrituras debatessem a ação da igreja. No entanto, alguns estudantes resolveram imprimi-las e lê-las para a população censurando a igreja.
         Essas teses tomaram proporções inimagináveis afetando grandemente a Europa. Lutero foi processado por heresia pela Igreja Católica, excomungado e exilado por um ano. Porém, recebeu o apoio da população e até mesmo de alguns padres e freiras. Foi convocado a desmentir suas teses, mas não podia abrir mão da verdade em detrimento da mentira. Desta forma, continuou defendendo e pedindo por uma reforma.
                Martinho Lutero baseou os fundamentos da Reforma em 5 pilares, o qual chamamos de 5 "Solas":

  •  Sola Fide (Somente a fé)
  •  Sola Scriptura (Somente as Escrituras)
  •  Sola Christus (Somente Cristo) 
  •  Sola Gratia (Somente a Graça) 
  •  Soli Deo Gloria (A Glória somente a Deus)

No início desse texto, relatamos que os questionamentos da Reforma ainda são aplicáveis hoje. Por que? A Teologia da Prosperidade tem afastado muitos cristãos da simplicidade de Cristo, os fazendo enxergar que a vida piedosa é apenas um meio para ganhar, lucrar, ter sucesso financeiro, etc. Será que foi apenas para isso que Jesus derramou seu sangue na cruz? Para dar sucesso, fama, dinheiro?
 Os valores estão invertidos e o que era para nos aproximar de Deus, está sendo usado para nos aproximar dos bens materiais. Como? O jejum, a consagração, a oração, a palavra, viraram subterfúgios para conquistas de bênçãos materiais. E como não mencionar as práticas supersticiosas dos falsos mestres com seus poderes milagrosos através do sal grosso, rosas, vassouras, lenços, camisas ungidas e tantas outras invencionices, com o único objetivo de enganar e enriquecer à custa dos que possuem pouco conhecimento.
            O ensino sistemático das Escrituras foi trocado pela pregação de textos fora de contextos, com o objetivo de virar pretextos para muitos se voltarem apenas para a prosperidade material. E a Fé em Cristo? E o sacrifício de Cristo? E as Escrituras? E a graça? E a glória somente a Deus?
            Passaram 500 anos e a igreja ainda precisa continuar se reformando. Precisamos orar para que surjam novos Martinhos Luteros. Precisamos de cristãos que antes de aceitar qualquer nova doutrina, busque a direção de Deus baseando-se nas Escrituras Sagradas. Precisamos dar ouvidos ao que o apóstolo Paulo disse: “ponha a prova todas as coisas e fiquem com o que é bom” (1 Ts 5:21), bem como o apóstolo João: “não creiam em qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus..." (1 Jo 4:1)
            500 anos se passaram e não podemos deixar o amor pela verdade da Palavra morrer.


Pra. Kelly Cristina Cardoso