MATEUS
23: 11,12
“Mas,
o maior dentre vós será vosso servo. Quem a si mesmo se exaltar será humilhado;
e quem a si mesmo se humilhar será exaltado”.
O
orgulho era o pecado amado reinante entre os fariseus, o pecado que mais
facilmente os assaltava, e que Jesus era totalmente contra em todas as
ocasiões. Para aquele que é ensinado é digno de elogio que honre ao que ensina;
Mas, para o que ensina é pecaminoso exigir essa honra e encher-se dela. Tal
fato é contrário ao espírito do cristianismo. Os fariseus, como já observamos
no estudo anterior, assim o faziam. Buscavam glória e reconhecimento para si.
Em
contraste com a exaltação dos fariseus e escribas, Jesus desafiou as normas da
sociedade. Para Ele, a grandeza vem do serviço, da doação de si mesmo para servir
a Deus e aos semelhantes.
A ideia de grandeza que o mundo faz
é como uma pirâmide – o grande homem se sobressai no pico, enquanto que a maior
parte dos demais luta para subir para o próximo nível superior, onde há menos
iguais e mais subordinados. Porém, para Cristo a ideia sobre a pirâmide se
assemelha a uma pirâmide invertida; quanto mais perto alguém está do cume,
maior a sua carga. Os passos da humilhação – do crente estão descritos em Fil
2: 6-8 “pois ele, subsistindo o ser igual
a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se
em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se
humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz”. Na cruz,
Jesus atingiu o cume dessa pirâmide invertida, pois foi ali que levou os
pecados do mundo.
Entre os cristãos, as perguntas:
“Qual é o salário dele? Qual é a sua posição social?”, devem desaparecer para
que novas perguntas venham aparecer, como exemplos: “Ele está se esquecendo de
si mesmo? Mostra-se sensível para com os sofrimentos dos pobres, dos aflitos?
Ele está pronto a ser o último, contanto que assim honre a Cristo?”. Era esse
sentimento que Jesus esperava que os discípulos tivessem. Sentimento de servo.
A palavra “servo”, no original grego, “diákonos”,
tem o significado de garçom, ajudante, aquele que distribui ou ministra,
auxiliar, assistente. Ao observarmos o texto acima, vemos que Jesus mediu a
grandeza em termos de serviço, e não de posição social. Deus avalia nossa
grandeza pela quantidade de pessoas que servimos, não pela quantidade de pessoas
que nos servem.
Milhares
de livros têm sido escritos sobre a atividade do líder, mas poucos sobre a atividade
do servo. Todos querem liderar, mas ninguém quer ser servo.
O
serviço cristão é um dos principais dilemas enfrentados pelos cristãos, devido
à inversão de valores. Muitos buscam ser aceitos por Deus baseados no serviço e
se esquecem de que o relacionamento com Ele vai além daquilo que fazemos. Deus
está muito mais interessado em nossa obediência e comunhão com Ele, do que no
ativismo desenfreado desenvolvido pelo homem moderno.
É possível servir na igreja durante toda uma vida sem jamais ter
sido servo. Devemos ter o coração de servo.
O apóstolo Paulo em 1 Coríntios 4: 1 diz: “Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de
Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus”. Para muitos, a palavra “ministro”
tem o significado de uma pessoa que ocupa uma alta posição política e possui um
grande poder e autoridade. Porém, como diz o Pastor Marcelo de Oliveira em seu
livro “Reflexões sobre a vida de Paulo”, a
palavra “ministro” no original é huperetes, que significa um remador de galé.
Nos grandes navios romanos existiam as galés, que eram compartimentos onde
trabalhavam os escravos sentenciados à morte. Aqueles escravos prestavam um
serviço antes de morrer. É isso que Paulo quer ensinar à igreja de Corinto. Os ministros
não devem ser colocados em pedestais, como se fossem capitães de navio, antes
devem ser vistos como um escravo que serve o capitão até a morte. Nós não
somos o capitão do navio, mas sim, o remador que leva o navio para frente!
O serviço para Deus é um serviço sem salário, sem reconhecimento,
sem fama, sem destaque, sem qualquer tipo de vantagem pessoal. Visa a
obscuridade, e não há garantia nenhuma de que chegaremos ao final com riquezas
terrenas, mas sim a certeza de termos entregue a mensagem da eterna salvação.
O verdadeiro serviço cristão resulta em paz e descanso da alma, e
leva o cristão a gastar tempo com seu Senhor. Quando Deus está em primeiro
lugar, o serviço será resultado da comunhão que há entre eles.
Devemos fazer nossas as palavras de João Batista: “não sou digno
de desatar-lhe as correias das sandálias”, “Convém que ele cresça e que eu
diminua” (Jo 1: 27; 3: 30). Essas palavras expressam uma espiritualidade
equilibrada com o serviço cristão.
Maravilhosa e edificante reflexão1
ResponderExcluirNossa, quanto mais procuro mais meus olhos são abertos para o que Deus nos ensina através da palavra. Obrigado pastora por se deixar ser usada.
ResponderExcluirLinda reflexão realmente.
Que aprendizado!!!
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