Mateus
23: 7-10
“Amam
.... as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens. Vós, porém,
não sereis chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois
irmãos. A ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai,
aquele que está nos céus. Nem sereis chamados guias, porque um só é o vosso
Guia, o Cristo”.
As saudações nas praças públicas era
a ambição dos fariseus. Ao passar pelas praças chamavam a atenção por sua
destacada posição de mestre. Eles acreditavam, ainda, que os títulos de honra
eram sinais de grandeza.
O
título “rabino” significa “meu magnífico” e era cobiçado pelos líderes
religiosos. Gostavam que os chamassem “rabino” e que os tratassem com o maior
respeito. De fato, exigiam mais respeito do que se manifestava para com os pais
porque, segundo eles, os pais dão a vida física, comum ao homem, mas seu mestre
dá a vida eterna.
As
próximas palavras de Jesus foram dirigidas especificamente aos discípulos. Os
seguidores de Cristo não deveriam procurar serem chamados por esses títulos de
mestre, Pai ou Guia, como os fariseus. Entretanto, esta não é uma proibição
absoluta de hierarquia, ou uso apropriado de títulos, pois o próprio Paulo se
intitulou “pai” dos coríntios e chama Timóteo de “filho” (1 Co 4: 15, 17). O
maior mostra claramente a validade da diferença de postos. Mas, um espírito de
humildade deveria governar os crentes, não a ambição egoísta dos fariseus que
usurpavam para si mesmos a autoridade que pertence a Deus.
Jesus
insiste em que o cristão deve recordar que só há um Mestre, que é Cristo, e só
um Pai na fé, e esse pai é Deus.
Toda
a intenção dos fariseus consistia em vestir-se e comportar-se de maneira a
atrair a atenção.
Neste
texto, gostaria de destacar duas situações que nos chamam a atenção:
1.
A atitude do líder em relação a sua
posição;
2.
A atitude do liderado em relação ao
seu líder;
Na
primeira situação podemos observar o amor dos fariseus em relação a sua
posição. Eles amavam mais a posição do que a lealdade a Deus. Com tal atitude, passaram
a servir não à Deus, mas serviam a eles mesmos. Esse é um grande perigo que tem
rodeado muitos líderes, pois a fama, o status tem cercado muitos e os tem
desviado do verdadeiro propósito que é a lealdade ao Senhor Jesus Cristo.
Infelizmente,
muitos têm feito de seus cargos, títulos um meio de promoção pessoal e não de
serviço ao Reino de Deus. Vestiram o avental da autossuficiência e perderam o
amor a Deus em sua caminhada. Desculpem-me o termo que usarei agora, mas esses
se colocam como “a quarta pessoa da trindade” e pensam ser uma divindade na
terra.
A
glória dos homens tem levado muitos ao fracasso em sua vida espiritual e
ministerial. Buscar a glória para si inflama o coração do homem e a busca de
glória terrena tem levado muitos a se entregarem a mentira, corrupção e engano.
Fazem qualquer atrocidade para receber mais glória e alcançar a posição
almejada por seu coração enganoso. Tiago 4: 16 diz: “Mas agora vos gloriais nas
vossas presunções; toda glória tal como esta é maligna”.
O
aposto Paulo, em sua segunda epístola aos coríntos, escreveu: “...Mas não me gabarei de mim mesmo, a não
ser das coisas que mostram as minhas fraquezas. No entanto, se eu quisesse me
gabar de mim mesmo, isso não seria uma loucura, porque estaria dizendo a
verdade. Mas eu não me gabarei, pois quero que a opinião que as pessoas têm de
mim se baseie naquilo que me viram fazer e me ouviram dizer.” O mesmo
apóstolo escrevendo aos gálatas diz: “Mas,
longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo,
pela qual o mundo está crucificado para mim e eu, para o mundo” (Gl 6:14).
Somente
Cristo é merecedor de toda glória. O objetivo do líder cristão consiste em
desaparecer para que os homens ao verem suas boas obras não glorifiquem a ele, e
sim a seu Pai que estás no céu. “É necessário que Ele cresça e eu diminua” (João
3: 30). Certo teólogo disse: “o lugar mais alto que o homem pode alcançar é aos
pés de Cristo”. A Ele toda honra e toda glória!
Na
segunda situação, relatada acima, vemos Jesus alertando aos discípulos sobre a
atitude do liderado em relação ao líder.
Deus
coloca líderes espirituais na igreja, mas estes não devem tomar o lugar do
Senhor em nossa vida. Um verdadeiro líder espiritual conduz as pessoas à
liberdade e a um relacionamento mais próximo com Cristo, não a escravidão de
suas próprias ideias, crenças e orações. É responsabilidade do líder ensinar
que a verdadeira adoração é somente dada a Jesus Cristo.
Infelizmente,
vemos muitos endeusando homens e mulheres apenas porque estes possuem eloquência
e carisma. Há pessoas que não aceitam conselho ou até mesmo oração de outra pessoa,
a não ser daquele que está em evidência. Dependendo da pessoa que for pregar
muitos nem comparecem ao culto, pois agem como se apenas a pregação do “fulano
de tal” fosse inspirada por Deus; somente ele é usado por Deus. Fazem, até
mesmo, caravanas para verem tais homens e mulheres “de Deus”, não importam onde
estejam o importante é segui-los.
Ora,
caro leitor, por acaso Deus colocou tais homens e mulheres no lugar de Jesus? Na
sua ascensão Jesus disse que enviaria tais pessoas para serem seguidas? Quem
são essas pessoas sem a presença de Cristo em suas vidas? Jesus deixa bem claro
no texto lido: porque um só é vosso Mestre, um só é vosso Guia. Não podemos
transferir o lugar de Cristo para homem algum. Somente Ele pagou o alto preço
para nossa salvação?
Homem
cai, homem peca, homem se desvia do propósito de Deus, homem decepciona, mas
Cristo é o único “incaível”, “impecável”, “indesviável”, “indecepcionável”.
Portando, somente Ele merece toda adoração!
“Digno é o Cordeiro, que foi
morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória,
e ações de graças. E ouvi toda a criatura que está no céu, e na terra, e
debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer:
Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de
graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.”
Ap 5: 12,13.
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